Canta, Cigarra, canta!
Anuncia a Paz! Une o chilrear das tuas asas à música das estrelas e as choro das criançinhas,ignorantes do futuro que as aguarda, a sacudir os bracinhos agitados para os céus, como a pedir misericórdia a favor deste mundo que todos o queremos melhor!
(EXALTAÇÃO À CIGARRA. p. 41)
Como se gente fossem ou animais, - semelhantes a peixes, aves e insetos - as línguas passam por um tempo de gestação: nascem, crescem, chegam à maturidade, entram em declínio, morrem e até ressuscitam.
(A FRAGILIDADE DAS LÍNGUAS. p. 55)
Certamente houve decepções, sonhos desfeitos, esperanças que fugiram do lugar onde a depositamos. Leões devoradores tentaram-nos tragar. E o Drummond, sinistramente como no poema de Edgar Alan Poe, a azucrinar-nos a paciência, "e agora José?" E terror no esvaziamento dos minutos que nos restam: "não, nunca mais..."
(BOM DIA, TRISTEZA! p. 81)
"Oh! Dias da minha infância
Oh! Meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!"
(A FAMÍLIA DE NAZARÉ. p. 29)
* Retirados do livro Os Olhos de Deus - Crônicas Literárias (2004).
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